De pets até pinguins: produtos à base de Cannabis ganham espaço na medicina veterinária no interior de SP

  • 26/09/2024
(Foto: Reprodução)
Mercado de pomadas e óleos à base de Cannabis para tratamentos de ansiedade, dermatite atópica e dor de pets cresce no Brasil, com estudos científicos sobre os benefícios da prática. Em Marília (SP), a associação Maria Flor possui uma linha exclusiva para pets e conta como o uso medicinal da planta ajuda os tratamentos. Canabidiol é uma substância presente na maconha e é liberado para uso em medicamentos Marcelo Brandt/G1 O uso de produtos à base da Cannabis sativa, como o Canabidiol (CBD), são recomendados para o tratamento de diversos quadros clínicos em humanos e vem ganhando relevância no país. A planta ainda é proibida, mas o acesso a esse tipo de terapêutico é regulamentado exclusivamente por dois caminhos: a compra de produtos autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a importação. 📲 Participe do canal do g1 Bauru e Marília no WhatsApp Pensando nos benefícios para tratamento de diversas doenças, sua aplicação medicinal está em alta também para os pets. Produtos como óleos, pomadas e rações enriquecidas com Canabidiol (CBD) já são usados em outros países e estão começando a chegar ao Brasil, que ainda enfrenta desafios para a prescrição. 🩺 A prescrição veterinária O uso de óleo com CBD pode ser utilizado para tratar convulsões devido à fortes dor após cirurgia em pets Marcelo Brandt/g1 Larissa Uchida, CEO da ExpoCannabis Brasil, explica, em entrevista ao g1, que existe um limbo na legislação brasileira quanto aos produtos. "Ao mesmo tempo que a Anvisa e o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) não possuem o uso da maconha medicinal para o animal regulamentado, o Estatuto da Profissão permite que os médicos veterinários receitem qualquer tratamento que eles julguem eficazes. Além disso, o próprio Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) é favorável ao uso e já contribuiu com a parte técnica e a parte jurídica para o PL 369/2021, que dispõe sobre a aplicação da Cannabis sativa e seus derivados na medicina veterinária", afirma. Assim como existiu também a mobilização para facilitar o acesso aos produtos para humanos, Larissa é uma das representantes para que o assunto seja discutido e expandido no país, inclusive promovendo o ExpoCannabis Brasil em São Paulo, que acontecerá nos dias 15 a 17 de novembro. O evento, que é anual, incluirá debates e conferências com especialistas nacionais e internacionais, disseminando conhecimento e propiciando um ambiente de trocas entre profissionais e interessados na área. "Na minha opinião, tudo muda se você trabalhar com a educação. Não só a educação no público em geral, mas a educação dos próprios profissionais que atuam fazendo as prescrições, que têm clínicas, que fazem os atendimentos", ressalta a CEO. 💊 Compra de produtos De acordo com o médico veterinário Fábio Mercante de San Juan, o processo de compra, no entanto, é descomplicado. "O trâmite é muito simples, não tem burocracia: é ir com uma receita e o relatório médico do veterinário até alguma associação que tenha autorização para cultivo e produção, como a ABRACE, Apepi e entre outros, ou até mesmo a Associação Brasileira de Petcannabis", explica Fábio. É importante ressaltar que a importação direta por veterinários ainda não é permitida, e é possível verificar os produtos autorizados pela Anvisa pelo site de consulta da agência. Na região, a Associação Maria Flor, de Marília (SP), cultiva e fornece produtos como sabonete, óleo, pomadas à base da Cannabis para humanos e também direcionados para os pets, como até mesmo gel de cicatrização para pós-operatório. 🌿 Benefícios do tratamento Para a linha exclusiva para uso veterinário, os produtos da Maria Flor possuem uma dosagem menor do CBD e utilizam o lado medicinal da planta para auxiliar no tratamento de inflamações, estresse e feridas que podem acometer pets de pequeno e grande porte. Claudia Marin, diretora de comunicação da Maria Flor, conta que a associação realiza pesquisas com a Unesp e participa do Projeto Albatroz, de onde veio, inclusive, seu paciente exótico mais recente: um pinguim. O paciente mais exótico da associação Maria Flor, de Marília (SP), foi um pinguim Arquivo pessoal O pinguim sofria com alterações na coluna e muitas dores, e a suspeita clínica era uma redução do espaço intervertebral, e o tratamento foi através de dosagens de CBD e THC. Atualmente, o animalzinho exótico, assim como diversos outros pets auxiliados pelo Maria Flor em conjunto com médicos veterinários, possui uma vida sem dores. "Nós fomos para o Rio Grande do Sul, levamos vários óleos para os animais exatamente porque eles estavam todos juntos no mesmo lugar quando foram resgatados das enchentes. É muito emocionante porque os cachorros ficavam latindo, chorando a noite inteira, e quando foi dado o óleo eles se acalmaram e tiveram uma noite tranquila. Isso nos deixa muito felizes", relata Claudia Marin. Estudos mostram os benefícios da planta em pacientes que possuem resistência aos tratamentos convencionais, e diversas descobertas no área estão abrindo porta para o uso do CBD em tratamentos veterinários do mesmo perfil. "O CBD pode ser usado em animais epiléticos, com dor, doenças imunológicas, câncer, déficit cognitivo, e até em animais agressivos", afirma o veterinário Fábio, que aborda também os resultados promissores em tratamentos de câncer ou epilepsia. Um estudo da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) avalia o uso da cannabis no tratamento de dermatite atópica canina, mostrando que o óleo de cannabis é uma alternativa para tratar coceira, vermelhidão e descamação. "O segredo da dermatologia é que a cannabis regula toda a imunidade do animal e a proteção da pele", explica o veterinário. O uso de produtos à base da Cannabis cresceu no Brasil Reprodução/TV Globo * Sob a supervisão de Mariana Bonora. 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FONTE: https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/tem-mais-pet/noticia/2024/09/26/de-pets-ate-pinguins-produtos-a-base-de-cannabis-ganham-espaco-na-medicina-veterinaria-no-interior-de-sp.ghtml


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